Dilma Vana Roussef é a atual Presidente da Republica Federativa do Brasil, reeleita por mais quatro anos em outubro passado. Dilma é economista e atua na política desde a fase estudantil, quando militou em organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar do Brasil de então.
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Dilma nasceu em Belo Horizonte numa família de classe media. Seu pai, Pedro Roussef, era um imigrante búlgaro e sua mãe, Dilma Jane Coimbra Silva era professora, nascida fluminense em Nova Friburgo, criada no interior de Minas Gerais, onde seus pais eram pecuaristas. Ao se casarem, os dois foram morar em Belo Horizonte e lá tiveram três filhos: Igor, Dilma Vana e Zana Lúcia (morta em 1976). Pedro Roussef trabalhava para uma siderúrgica, além de mexer com construção e venda de imóveis. Falecido em 1962, deixou de herança ao redor de 15 imóveis de valor.
Quando menina, Dilma estudou em escolas particulares, inclusive de freiras. Mas em 1964 prestou concurso e ingressou no Colégio Estadual Central, atual Escola Estadual Governador Milton Campos, iniciando a primeira série do clássico, hoje ensino médio. Foi ali, como relata a candidata, que ela se tornou subversiva e percebeu que o mundo não era para “debutantes”, iniciando sua educação política. Ainda em 1964, ingressou na Política Operária (POLOP), uma organização fundada em 1961, oriunda do PSB – Partido Socialista Brasileiro. Seus integrantes logo se viram divididos entre duas vertentes para a implantação do idealizado socialismo: alguns defendiam a luta pela convocação de uma assembleia constituinte, outros preferiam a luta armada. Dilma ficou com o segundo grupo, de onde se originou o Comando de Libertação Nacional (COLINA).
Nessa época conheceu Cláudio Galeno de Magalhães Linhares que também defendia a luta armada. Os dois se casaram em 1967 e, depois de passar algum tempo em Belo Horizonte, mudaram-se para o Rio de Janeiro onde vários militantes mineiros já residiam.
Segundo companheiros de militância, Dilma teria boa desenvoltura e grande capacidade de liderança, mas não teria participado diretamente das ações armadas, pois era mais habilitada para atuar como intelectual e articuladora. Apesar disso, Dilma aprendeu a lidar com armamentos e a enfrentar a polícia. Com o passar do tempo, Galeno foi transferido para Porto Alegre pela própria organização e Dilma permaneceu no Rio, onde ajudava a organização, participava de reuniões e administrava a área de transporte de armas e dinheiro. Nessas reuniões, conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, por quem se apaixonou e com quem viveria por cerca de 30 anos. A separação de Galeno e Dilma se deu de maneira pacífica.
Araújo era chefe da dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB, na época conhecido como “Partidão”) e filho de um renomado advogado trabalhista. Havia começado cedo na militância no PCB – Partido Comunista Brasileiro – , tinha viajado pela América Latina, conhecido Fidel Castro e Che Guevara e já havia sido preso por alguns meses em 1964. Com a edição do AI-5, em 1968, ingressou na luta armada. No início de 1969 passou a tratar da fusão de seu grupo com o COLINA e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca. Dilma participou das reuniões sobre a fusão, que acabou formalizada em duas conferências em Mongaguá, originando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Dilma foi presa em janeiro de 1970 e levada para a Oban – Operação Bandeirante – , o mesmo local aonde cinco anos depois, Vladimir Herzog viria a ser morto. Já, Carlos Araújo, foi preso em agosto de 1970 e os dois acabaram ficando no mesmo presídio por alguns meses, o Tiradentes em São Paulo, inclusive mantendo visitas íntimas. Dilma saiu do presídio no final de 1972 e passou um período com a família em Minas Gerais para se recuperar. Depois mudou-se para Porto Alegre, onde Carlos Araújo cumpria os últimos meses de sua pena. Este, por sua vez, só sairia da prisão em 1976, ano em que nasceu a única filha do casal, Paula Rousseff Araújo.
O primeiro trabalho remunerado de Dilma após a sua saída da prisão foi o de estagiária na Fundação de Economia e Estatística (FEE), vinculada ao governo do Rio Grande do Sul. Ainda em 1976, Araújo e Dilma trabalharam na campanha do vereador Glênio Peres, candidato pelo MDB – Movimento Democrático Brasileiro -.
Mas foi com o fim do bipartidarismo que Dilma participou, juntamente com Carlos Araújo, dos esforços de Leonel Brizola para a recriação do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB. Após a perda da tal sigla para o grupo de Ivete Vargas, a candidata participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista, o PDT. Araújo foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990 e foi também, por duas vezes, candidato a prefeito de Porto Alegre, perdendo para os petistas Olívio Dutra, em 1988, e Tarso Genro, em 1992.
Na metade dos anos 1980, Dilma tornou-se assessora do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Araújo e Dilma dedicaram-se à campanha de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre em 1985 e, depois de eleito, Collares a nomeou titular da Secretaria Municipal da Fazenda, seu primeiro cargo executivo. Dilma permaneceu à frente daquela secretaria até 1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Araújo à prefeitura de Porto Alegre. A derrota de Araújo alijou o PDT dos cargos executivos.
Em 1990, Alceu Collares foi eleito governador, indicando Dilma para presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), a mesma instituição em que ela estagiara na década de 1970. Dilma permaneceu ali até final de 1993, quando foi nomeada Secretária de Energia, Minas e Comunicações, por influência de Carlos Araújo. Em 1995, terminado o mandato de Collares, Dilma afastou-se dos cargos políticos e retornou à FEE, tornando-se editora da revista Indicadores Econômicos.
Em 1998, o petista Olívio Dutra ganhou as eleições para o governo gaúcho com o apoio do PDT no segundo turno e a candidata retornou à Secretaria de Minas e Energia. Em 2000, os dois partidos se enfrentaram, tendo Alceu Collares pelo PDT e Tarso Genro pelo PT. Dilma acabou apoiando Tarso Genro e, quando ele venceu Collares no segundo turno, Dilma filiou-se ao PT.
Na sua gestão à frente da Secretaria de Minas e Energia do governo Dutra, a capacidade de atendimento do setor elétrico subiu 46%, com um programa emergencial de obras que reuniu estatais e empresas privadas. Em janeiro de 1999, Dilma viajou a Brasília e alertou as autoridades do setor elétrico que, sem investimentos em geração e transmissão de energia, os cortes que o Rio Grande do Sul enfrentara no início de sua gestão ocorreriam no resto do país.
Por ocasião da candidatura de Lula à presidência da república, os assuntos relacionados à área de minas e energia eram discutidos em reuniões coordenadas pelo físico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa. Este, por sua vez, convidou Dilma a participar do grupo em junho de 2001. Após todo o processo de eleição, era tácito que Pinguelli seria o futuro ministro de Minas e Energia. No entanto, ao ser eleito, Lula escolheu Dilma para titular da pasta. Na ocasião, teria pesado muito a simpatia que Antonio Palocci, assessor de Lula, nutria por Dilma e os elogios de Olívio Dutra quanto aos méritos técnicos de sua secretária de Minas e Energia.
A gestão de Dilma no ministério foi pelos esforços em evitar novo apagão, pela implantação de um modelo elétrico menos concentrado nas mãos do Estado e pela ampliação do mercado livre de energia. José Luiz Alquéres, presidente da Light, elogia o modelo implantado por ela, que lutou por novos e urgentes investimentos, sem os quais, o país, a exemplo de 2001, sofreria um novo apagão já em 2009. Na época, Dilma travou embates com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que defendia o embargo a várias obras, preocupada com o desequilíbrio ecológico. José Dirceu, então ministro-chefe da Casa Civil, teve que criar uma equipe de mediadores para resolver as disputas entre as ministras. Pinguelli, amigo de Lula, foi nomeado presidente da Eletrobrás e também teve grandes divergências com a ministra, chegando finalmente a deixar o governo. Mauricio Tolmasquim, que tinha uma visão do setor mais próxima a de Dilma, foi convidado por ela para ser o secretário-executivo do ministério e declarou que Dilma gritava com ele de vez em quando. Ildo Sauer, diretor de minas e energia da Petrobrás, também se desentendeu com a ministra, assim como Sergio Gabrielli, o então presidente da empresa, sendo necessária inclusive, a intervenção de Lula. Sauer deixou a empresa em 2007. Ainda sobre questões de energia, também teve desentendimentos com a ministra, o ex-deputado federal Luciano Zica. Todos eram unânimes em reclamar sobre sua atitude truculenta e autoritária.
Como ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff tinha o apoio dos dois principais ministros do governo Lula: Antonio Palocci e José Dirceu. Quando Dirceu saiu do ministério devido ao escândalo do mensalão, ao invés de ficar enfraquecida, Lula novamente surpreendeu, escolhendo-a para a chefia da Casa Civil. Gilberto Carvalho que era secretário particular do presidente na época, disse que Dilma chamou a atenção de Lula pela coragem de encarar situações difíceis e por sua capacidade técnica.
Durante sua gestão na casa civil, a candidata assumiu a gerencia do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e Lula a chamou de “mãe” do PAC. Quanto ao lento ritmo das obras, Dilma alegou que o país não tem o elevado grau de eficiência da Suíça, mas tem conseguido acelerar os maiores projetos.
Em 2007, Dilma já era apontada como possível candidata à presidência da República. Lula passou a fazer uma superexposição de sua assessora para testar seu potencial como candidata. Em dezembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que jamais conversara com Dilma Rousseff sobre sua possível candidatura para as eleições presidenciais de 2010, mas sua candidatura foi oficializada em junho de 2010, quando também foi aprovado o nome do então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) como seu vice.
Durante a campanha de 2010, houve um escândalo em função de suposto dossiê que o PT e sua candidata haviam encomendado contra o candidato da oposição pelo PSDB, Jose Serra. O delegado Onésimo das Graças Sousa, aposentado do Departamento de Polícia Federal, alegou em reportagem para a Folha de S.Paulo ter participado de um encontro com os coordenadores da campanha eleitoral para a criação do dito dossiê. Onésimo, que recusou-se a fazer o que lhe foi pedido e denunciou os fatos para a imprensa, afirmou ter sofrido ameaça de morte por revelar o plano de confecção do dossiê. Em uma segunda matéria publicada ainda pela a Folha de S. Paulo, o mesmo delegado afirmou que dados da declaração de imposto de renda do presidente do PSDB, Eduardo Jorge, oriundos do sistema da Receita Federal, haviam sido levantados por um grupo da pré-campanha de Dilma Rousseff. Os papéis também integrariam o suposto dossiê supracitado. O fato, que teve repercussão nacional e internacional bem negativo para a candidata e seu partido, nunca ficou bem esclarecido. Em entrevista no programa Roda Viva na época, a candidata negou sua existência e alegou: o jornal envolvido não tem fé pública e enquanto o veículo não demonstrar provas, trata-se de uma acusação infundada.
Na ocasião, informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, diziam que o PT registrou no TSE 2 programas para o governo de Dilma Rousseff com intervalo de poucas horas. O primeiro apresentava temas controversos como controle da mídia, aborto e invasão de terras. Horas depois, uma segunda versão, sem os temas mais controversos – classificados como radicais por diversos meios de comunicação -, substituiu o primeiro. Indagada, Dilma respondeu que nós não concordamos com a posição expressa sobre tais temas. Há coisas do PT com as quais concordamos, como em qualquer outro partido também.
Dilma foi também a primeira candidata à presidência a receber multa eleitoral por propaganda irregular na eleição de 2010. A primeira foi aplicada em 13 de maio de 2010 e até a última no dia 22 de julho daquele ano, foram 7 multas no total de 33mil reais.
No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, com 55.752.529 votos, que contabilizaram 56,05% do total de votos válidos.
Seu governo iniciou no espírito de continuidade com o de seu antecessor, Lula. Aos poucos foi impondo um estilo pessoal de governar e ideias próprias. No entanto, Lula permanece como um importante conselheiro até hoje.
Em 2009, foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes do ano, pela revista Época. Em novembro do ano seguinte, a revista Forbes classificou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo. Em 2011, foi incluída na lista das 100 personalidades mais influentes do planeta pela revista Time, como a terceira mulher mais poderosa do planeta e 22ª pessoa mais poderosa do mundo pela Forbes. Dilma Rousseff recebeu o Woodrow Wilson Award, prêmio dedicado a líderes de governos que defendem a melhoria da qualidade de vida de seu país e ao redor do mundo. Em 2011, a candidata foi a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas em toda a história da ONU.
Em seu livro de memórias intitulado Hard Choices, Hillary Clinton, a ex-Secretária de Estado dos Estados Unidos, faz elogios a Rousseff: Ela pode não ter a graciosa ousadia de Lula ou a experiência técnica de Cardoso, mas tem um intelecto forte e muita garra.
PERFIL VOCACIONAL
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